Figura bastante conhecida no cenário político mauaense, o ex-vereador Diniz Lopes anunciou sua pré-candidatura a uma cadeira na Câmara Municipal, após confirmar sua filiação ao PL. O retorno à sigla pavimenta a busca do empresário por um possível quarto mandato no Legislativo mauaense, Casa a qual ele presidiu em duas oportunidades, entre 2003 e 2006.

Afastado da política mauaense nos últimos anos, o ex-parlamentar pontuou um fator que lhe motivou a entrar na disputa: o desempenho dos atuais vereadores, considerado “fraco” pelo próprio Diniz Lopes. “Hoje eu vejo Mauá como uma cidade que precisa melhorar o seu quadro político, que hoje é muito fraco, principalmente na Câmara Municipal. É a Câmara que faz com que o governo trabalhe. É o vereador fiscalizando, criando novas normas e atuando firmemente que faz com que tenhamos um bom governo. Se a Câmara for omissa, o governo será fraco. Então temos de ter uma Câmara Municipal forte, eficiente e com boas ideias”, opinou.

O empresário ainda comparou os períodos em que foi vereador na cidade, entre 1997 e 2008 em três mandatos consecutivos, com o atual momento do Legislativo mauaense, atribuindo grandes conquistas da época, como as chegadas do Mauá Plaza Shopping e da FAMA – Faculdade de Mauá – ao trabalho dos parlamentares da época. Para o ex-vereador, a Casa de Leis precisa voltar a ser mais atuante e os parlamentares necessitam trabalhar de uma maneira mais geral e não focados em apenas uma ou duas áreas, buscando agradar somente uma parcela da população.

“Trouxemos várias coisas que ajudaram a cidade a se desenvolver, porque a Câmara Municipal era atuante, era forte e é isso o que precisamos resgatar, fazer com que a Câmara Municipal volte a ter sua função primordial, que é fiscalizar, criar normas importantes para o município e os vereadores atuarem nas comunidades e saber o que elas precisam. Eu quero voltar à ser vereador para contribuir muito para nossa cidade”, resumiu.

Ainda na esteira de sua ideia de ver uma Câmara mais forte em Mauá, Diniz Lopes destacou outro ponto que julga ser crucial para a realização de um bom trabalho parlamentar: a experiência. Além dos mandatos como vereador e do período como presidente do Legislativo, ele também comandou o Paço mauaense por quase um ano, após o imbróglio gerado nas eleições de 2004, e ocupou outras funções, o que segundo ele lhe trouxe novas perspectivas sobre o trabalho público.

“A experiência me fez, por exemplo, entender o servidor público, que muita gente não respeita. Quando eu fui prefeito, presidente da Câmara e superintendente da SAMA, o servidor foi muito bem tratado, com respeito, remuneração digna para que o serviço público seja bem prestado. Quando falamos que queremos (melhorias na) saúde, o médico e a enfermeira são servidores públicos; quando queremos segurança, o guarda municipal é servidor público; quando queremos uma melhor educação, o professor é servidor público, a merendeira é servidora pública; eles estão em tudo no munícipio e quando eles estão de cabeça baixa, mal remunerados e desrespeitados, nada funciona. Então você tem que dar para receber e foi o que fiz quando prefeito”, rememorou. “Não precisamos lotar a Prefeitura de servidores, nós precisamos trabalhar com qualidade de servidores”, concluiu.

O período longe das disputas eleitorais em Mauá também não assusta o ex-vereador, que explica não enxergar esse distanciamento como um empecilho para sua pré-candidatura. Segundo ele, em conversas pela cidade, muitas pessoas ainda dizem se lembrar de ações ligadas ao seu mandato como parlamentar e também durante o curto período como prefeito. Entre essas realizações, Diniz enumerou a abertura da Santa Casa de Mauá para atendimento gratuito aos munícipes, a chegada de novos serviços para o Hospital Nardini, a criação da primeira pista de skate da cidade, a realização do Refis (programa de renegociação de dívidas com a municipalidade), o fornecimento de transporte para pessoas atendidas pela APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), entre outras iniciativas.

“Eu estou em pré-campanha há dois anos e nesse ano nós vamos para a rua mostrar o que eu fiz. E é muita coisa, vou andar a cidade inteira. E eu tenho sido abordado nas ruas porque como sou uma figura pública bastante conhecida, todos que me conhecem perguntam e estou informando que sou pré-candidato a vereador”.

Quanto à escolha pela filiação ao PL, o ex-parlamentar destaca que vê essa oportunidade como um retorno à suas raízes, uma vez que ele já foi filiado à legenda e ainda segue sendo um amigo próximo de Valdemar Costa Neto, atual presidente nacional da sigla.

“Eu tenho uma raiz antiga no PL e o Valdemar Costa Neto é meu padrinho político, tenho amizade com ele desde 1992, quando fui candidato e perdi a eleição. E de lá pra cá nos tornamos grandes amigos. Eu ajudei ele em 1994 (na campanha para deputado federal) e ele me ajudou em 1996 (na campanha para vereador) e somos grandes amigos até hoje. Toda vez que vou a Brasília, o Valdemar me atende. Então, estou voltando para o PL com muita alegria”, contou Diniz, que também reforçou o apoio ao vereador Sargento Simões, em sua pré-candidatura ao Paço, e elogiou a força que a sigla vem demonstrando em Mauá.

“Eu acho que o PL pode fazer três vereadores, porque esse ano a legenda do PL vai surpreender. E a hora que o (ex-presidente Jair) Bolsonaro, a Michelle (Bolsonaro, ex-primeira dama), o Nickolas (Ferreira, atual deputado federal) forem para a mídia e falarem ‘votem 22 aí na sua cidade’, vai pesar muito”, encerrou.